A gente fala muito de coisas sérias. Considerando na categoria de coisas sérias, assuntos como política, dinheiro, relações humanas, educação e, agora também, pandemia, vacina e por aí vai.
Claro que esses assuntos têm muita importância e devem ser levados a sério mesmo, mas é preciso ficar atento para que eles não se tornem o centro de nossas vidas, de nossos dias. Por isso, de vez em sempre, é bom falar de flores.
E é tanta coisa acontecendo que tem gente se desculpando por falar de coisas boas. Algumas semanas atrás um colega, que escreve crônicas muito bem humoradas, se desculpou na rede social porque havia postado um texto falando de abobrinhas, no mesmo instante em que as ruas do país se agitavam com as primeiras manifestações políticas de destaque (por sinal, mais uma crônica deliciosa com a memória da receita de frango caipira com cambuquira, os brotos de abobrinha, da mãe dele).
Depois, outra amiga me enviou um texto sobre sua pequena aventura no cultivo de um pé de manjericão maroto, para publicar no blog. Mas foi logo avisando: olha se achar que é bobagem, não precisa publicar.
Vou juntando uma coisa aqui, outra ali e percebo que andamos preocupados em parecer muito leves diante de um período de vida que anda tão pesado.
Claro que publiquei a crônica do manjericão e é um dos textos mais lidos do blog. Certamente porque é leve e termina com aquela pitada de esperança, lembrando que a vida é resistente e se renova.
A beleza do caminho
Temos que dar graças por essas pessoas que não perdem o olhar para o que é belo, apesar de tudo. Uma delas é Antônio Basílio, fotógrafo joseense, que mora atualmente na Inglaterra.
Desde que se mudou pra lá, ele publica no Facebook uma seleção das flores e belas paisagens que encontra a caminho do trabalho, em Manchester.
Quem o segue, como eu, se acostumou a descobrir com ele as belezas das calçadas cobertas de folhas de outono, de belos canteiros floridos com espécies que não são comuns pra gente dos trópicos e, às vezes, até de brotos teimosos vencendo concreto bruto.
Na falta do trajeto para o trabalho, ele agora posta fotos da paisagem na janela e algumas recordações das paisagens, flores e pássaros do Brasil. Mas beleza não falta.
Coisas singelas, simples e belas têm grande valor e seriedade e ficar de olho nelas é essencial pra manter a sanidade mental. E como estamos necessitados disso.
Aproveita aí as fotos do Basílio e conta pra gente o que leva brilho aos teus olhos. Flores, netos, filhos, comida gostosa...
Coisas singelas, simples e belas têm grande valor e seriedade e ficar de olho nelas é essencial pra manter a sanidade mental. E como estamos necessitados disso.
Aproveita aí as fotos do Basílio e conta pra gente o que leva brilho aos teus olhos. Flores, netos, filhos, comida gostosa...
Todas as fotos desse post são do fotógrafo Antonio Basílio e você pode ver mais do trabalho dele nesse link: flickr.com/photos/abasiliophoto
Maria D´arc Hoyer é jornalista e, após décadas vividas, insiste em acreditar no lado bom da vida.
2 Comentários
Belas fotos e reflexão. Como bom observador do que me cerca, sei bem o que é encontrar beleza na simplicidade dos caminhos da vida. De vez em quando, basta olhar para o céu num dia de sol ou numa noite de luar. Enquanto escrevo, de minha janela observa no horizonte um lindo por de sol neste inverno, e olhando para baixo, à direita, um lindo ipê rosa iluminado pelo fim de tarde. As belezas sutis são necessárias nos dias tumultuados que vivemos, para nos dar esperança.
ResponderExcluirObrigada, Marcelo! Realmente, as beleza sutil é essencial pra gente seguir em frente todos os dias. Abç
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