Sobre despedidas a distância


Máquina de escrever, vintage, sobre mesa de madeira escura

Eu tinha ideia diferente para um post hoje, pois tenho procurado escrever sobre coisas mais leves, uma vez que já há muito material, necessário, em todos os veículos de comunicação, sobre quarentena e pandemia.

No entanto, por volta da hora do almoço, vem a notícia no grupo de colegas jornalistas: Luiz Davi Floriano partiu, levado pela Covid-19, após um período de internação.

E a leveza de coisas do cotidiano não era mais opção para um texto.

Não o via há um bom tempo. Não éramos tão próximos, mas tinha muito carinho por ele e guardava a mesma lembrança que várias pessoas passaram a compartilhar na rede social.

Davi era um cara do bem. Espalhava alegria por onde passava. Sorrisão aberto, alto astral sempre, embora soubesse falar sério. A gente fica um tempão sem contato com a pessoa, empurrados pelas rotinas da vida, mas ao receber uma notícia como essa, passa um filme na cabeça.

Ele terminou a faculdade de jornalismo uns dois anos antes de mim. Profissionalmente nosso caminho coincidiu na Câmara Municipal de São José dos Campos, há vários anos. Mas posso ouvir perfeitamente o timbre de voz rouca alongando o “R” do meu nome, por brincadeira, quando me encontrava.

E aqui estamos diante do momento mais difícil desse período de trevas que a humanidade atravessa: a impossibilidade de prestar homenagens devidas na despedida de uma pessoa querida.

Pois é, apesar das ruas cheias de pessoas de todas as idades, dos encontros e festejos entre familiares e amigos, que se multiplicam por aí, a roleta russa do coronavírus é real. E triste. 

Vá em paz Davi.


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