Os Ipês brancos que encontramos pela cidade são árvores um pouco menores do que os amarelos e bem menores que os ipês roxos. A maioria assume o formato de um buquê arrumadinho e são tão discretos o ano todo que a gente nem percebe que eles estão por aí, nas ruas. Mas há registros de que chegam a 16 metros de altura.
A turma do ramo da moda diria que eles nem são brancos, estão mais para off white rs. Talvez, tenham ficado no fim da fila das floradas e quando chegou a vez já tinha acabado a tinta do Criador enquanto coloria a linhagem. Vai saber...
Essa beleza, tão brasileira quanto a Garota de Ipanema, é nativa do Cerrado e Pantanal. Do Tupi-Guarani vem o nome Ipê, que significa ‘árvore da casca grossa’. Incrível, não? Quatro palavras em três letras na riqueza do Tupi-Guarani.
Os japoneses têm grande reverência pela florada da Sakura. Cercada de lendas sobre o amor verdadeiro e a efemeridade da vida, a florada da Cerejeira é aguardada com expectativa todos os anos e jardins com centenas de árvores são cultivados.
Nesses locais, as famílias se reúnem para festejar a vida. Para lembrar que a existência é breve e que por isso deve ser celebrada a cada segundo; com a consciência dos Samurais, que viviam preparados para a guerra e a morte precoce.
Eu desconheço parques de Ipês de grandes magnitudes por aqui. Fico imaginando a festa de cores que seria, do início até o fim do inverno. Lições em roxo, amarelo, rosa e branco. Sim, a vida é bela, pode ser colorida se você caprichar, mas passa ligeiro demais. Aproveita!
E você? Já parou por um momento ao lado de um deles para apreciar a beleza. Apenas pra isso? Não? Então, não está fazendo direito esse negócio tão falado de aproveitar as pequenas coisas da vida.
Maria D´Arc Hoyer é jornalista
Texto e fotos: Maria D´Arc Hoyer
1 Comentários
Nossa, sabe que não me lembro de ter visto um ipê branco. Vai pra lista.
ResponderExcluirGrande beijo!